domingo, 25 de janeiro de 2009

Dançando no Jardim do TAO


Novamente estou voando sobre altas cadeias de montanhas. Belíssimas, têm os seus picos congelados, o que aumenta ainda mais o seu charme transmitindo um sentimento de paz e serenidade incríveis.

Essa música, essa flauta, eu já ouvi antes. Algo conhecido está me conduzindo, tento me lembrar o que é. Chego a um templo, me lembro dele. Certa vez aqui estive conversando com um jardineiro, que me explicou que a vida não está na flor, mas em todos os jardins do mundo, que afinal o Tao está em tudo*...

Dirijo - me ao jardim novamente, e lá está o velhinho. Com um sorriso afetuoso ele me abraça e diz que esperava a minha chegada. Diz que está na hora dele e suas flores realizarem um trabalho pela humanidade. Explica - me que não apenas os monges do templo meditando fazem um trabalho de assistência, que existe muitas formas de auxiliar e servir ao Tao.

A música que parece ser tocada no coração das flores aumenta, e uma belíssima canção, com incríveis melodias e tons de flauta começam a preencher o ambiente. O velho jardineiro, como em um transe começa a dançar de forma leve e majestosa. Seus movimentos são simples, elegantes e muito lembram os movimentos dos animais e os ciclos da natureza. As flores do jardim também parecem se mover e acompanham o velho em sua dança. 

Um sentimento de amor incrível espalha - se pelo ambiente. Sei que esse amparador - jardineiro está enviando energias ao mundo, e que sua dança dá a elas movimento e as potencializa. O Velho diz para eu imitar os movimentos dele. Um pouco sem graça e desajeitado começo também a dançar, embalado pela suave música das flores.

Algo vai tomando conta de mim, e vou sendo invadido por um sentimento de paz e serenidade muito bom. Eu e o velhinho nos esquecemos de tudo e apenas dançamos espargindo luzes e sentimentos virtuosos ao mundo. Não mais parece existir flores ou jardim, naquele momento tanto nós como as flores somos um só...

E entendo enfim,  porque todos os mestres ensinaram que apenas existe um grande espírito no universo. Que somos partes Dele, e Ele é Tudo. Não me senti unido a Tudo, mas tive uma pequena expansão da consciência, e percebi que essa individualidade que nós achamos que temos é muito relativa. Que existe algo que permeia a Tudo, que está em Tudo e É Tudo. E que sua mais bela e luminosa manifestação é o amor...

O velho jardineiro sorri, acho que isso foi um presente dele para mim.

Ele me diz que não só as flores ou os homens, mas também as estrelas, os sóis, as galáxias e os infinitos universos, todos são a manifestação de UM só espírito. Assim como todas as raças do cosmo, todos os seres que possam existir. Tudo provém do Tao.

E é aproveitando esse clima de serenidade e amor que volto ao corpo físico. Despedindo - me com a promessa de novamente voltar...

(Sepe, que estava fazendo sua prática no lar, quando tocado por uma rápida "inspiração - lembrança"...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário